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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Renúncia

Eis um belo texto, de tom mais intimista, o qual, todavia, nos faz refletir a respeito de questões importantes sobre nossas ideias e ideais... 
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Hoje renuncio a tudo. Renuncio aos amores não vividos, às brigas em família mal resolvidas, às contas não pagas, às palavras não ditas.
Renuncio à vida que gostaria de ter e, por percalços da vida, não aconteceu. Renuncio a quem eu gostaria de ser, mas por ter pensado de menos e me “desresponsabilizado” demais, não sou.
Renuncio aos meus projetos, renuncio às frustrações. Decidi me reinventar, decidi amar quem e o que me tornei com o passar dos anos. Percebi que, até hoje, fui o que esperavam que eu fosse, aliás pensei que fosse, pois, no final, percebi que mesmo querendo o contrário, decepcionei muitos, e o pior, decepcionei a mim mesma.
Fui amiga de ir até as últimas consequências, acreditando que, assim, teria alguém ao meu lado quando precisasse, mas nem sempre tive. Fui filha, irmã, mãe, esposa, amante. E não tenho certeza de ter desempenhado bem nenhum desses papéis. Me preocupei demais com tudo e acabei esquecendo que a vida segue seu caminho, e não depende de mim para que as coisas aconteçam. Me cansei quando tinha que continuar, gritei quando o melhor a fazer era calar, desisti quando precisava de somente mais um passo.
Assisti a filmes e tentei transportá-los para a minha vida, achando que teria algo de mágico para acontecer assim como nos filmes... E, na verdade, a mágica se faz nas coisas mais simples e, por falta de sensibilidade, não vi a mágica acontecer, não dei a devida importância.
Sinto saudades do que não vivi, sinto falta de pessoas que não conheci e, diante de todas essas conclusões, a única coisa que posso fazer é renunciar a mim e me reinventar.

                                                 ( Marcela Morais, Ciências Contábeis )

2 comentários:

  1. Parabéns pelo texto e pela honestidade que conseguiu transmitir através dele. Não sei se é autobiográfico, mas se for, parabéns em dobro por ter a coragem de admitir algo que muitos passam a vida sem aceitar ou perceber.

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  2. Sem palavras para descrever o se sente ao ler.
    Excelente! Parabéns Marcela.

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