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domingo, 16 de junho de 2013

China, um país de todos. Só que não!

Eis as novas reflexões da aluna Jessica, do ADM noturno. Dessa vez, ela nos traz o tema da política de restrição de natalidade na China. Vale a pena ler e tirar suas próprias conclusões.       
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              Ao saber do caso do bebê que foi jogado “acidentalmente” pela sua própria mãe na China, despertaram-se em mim algumas curiosidades. Existem mães (que pra mim não deveriam ser chamadas assim) que deixam seus filhos recém-nascidos a Deus dará no mundo inteiro, mas, na China, o índice é absurdamente grande. Resolvi pesquisar o porquê de tudo isso e descobri que existem políticas, regras, ou seja lá como se chamam, que proíbem certas coisas tratando a respeito de filhos. Mãe solteira não é bem vista perante as pessoas de lá. E quando eu digo que não são bem vistas, acreditem, é no pior sentido. São discriminadas, como se isso fosse um crime, como se a mulher não tivesse capacidade de criar um filho sozinha.
      Outra política de repressão é a Política do Filho Único, a qual tem por objetivo controlar o crescimento populacional, que já ultrapassou um bilhão e trezentos milhões de pessoas, e “facilitar” o acesso da população a um sistema de saúde e de educação de qualidade. Segundo informações oficiais, a Política do Filho Único evitou que a população chinesa crescesse 400 milhões nos últimos 25 anos. Em razão da implementação desta política restritiva, o número de casos de aborto e de abandono de crianças aumentou significativamente, principalmente as do sexo feminino, pois as mulheres devem ser em menor quantidade do que os homens. Para eles, filhos homens têm mais valor... Casais que têm mais de um filho são punidos com severas multas.
    Existem hoje cerca de 80 milhões de filhos únicos na China conhecidos como “pequenos imperadores”. Não sei como não perceberam que, ao implantar políticas desse tipo, os efeitos colaterais são mais graves do que o motivo o qual originou a regra. Abandonar criança é mais eficaz do que cuidar de mais uma vida? Imaginem o sofrimento daquele pobre bebê durante três horas entalado em um cano, jogado pelo vaso sanitário como se fosse algo sem valor... Por sorte, ele sobreviveu e passa bem, já recebeu alta do hospital.
             Apenas um bebê, com uma força e vontade de viver enormes, sem nem ao menos saber o que é isso...
         
                                               ( Jessyca Botolli Ferraz, ADM, Noturno )

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Santos e o paradoxo de uma cidade

Demorou, mas saiu um novo texto... E valeu a pena esperar! Rafael de Oliveira, do ADM noturno, volta a expor suas ideias, dessa vez, escrevendo para nos fazer refletir sobre os paradoxos ambientais de nossa cidade. Vamos ler seu post?  
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Sou santista de nascimento, passei toda a infância e fui criado nesta cidade, só precisei me ausentar daqui durante os três anos em que morei em Peruíbe, por conta do trabalho do meu pai, onde fiz todo o ensino médio. Voltei para Santos para cursar a faculdade e, atualmente, moro, trabalho e estou construindo minha família aqui.
Amo esta cidade de paixão e sempre digo a todos os meus familiares e amigos: “Não troco Santos por nenhum outro lugar”. É o local onde joga o meu time de coração e quero um dia criar meus filhos aqui, porém, tenho pensado muito sobre o nosso futuro, o da cidade e o meu.
A descoberta do pré-sal na baía de Santos, há alguns anos, e a esperança de que as riquezas encontradas a milhares de metros da profundidade tenham influência aqui em cima trouxeram para cá um crescimento nunca antes visto, o que levou à construção de diversos novos empreendimentos, tanto para moradia como empresariais.
Todos nós estudamos em Geografia que vivemos em uma ilha e ouço sempre os mais velhos dizendo que “lá pelas bandas do Canal 7, era tudo mangue”... pois bem, nossa cidade toda, esgoto, luz, água, está instalada sobre uma ilha e será que com esta quantidade e monstruosidade de prédios que estão sendo construídos, nossa ilha aguentará?
Já estamos sentindo um grande efeito deste crescimento desordenado e sem critério que vem ocorrendo em Santos, o trânsito está cada vez pior e rumores sobre instituir um rodízio de carros, assim como na Capital, tornam-se cada vez mais reais.
Sendo assim, chegamos ao ponto do título do texto, o paradoxo, a dicotomia, o contraste de pensamento. Há um pouco mais de seis meses, a prefeitura lançou o projeto Bike Santos, colocando à disposição da população diversas bicicletas, em diferentes pontos da cidade.
Segundo Thiago Benicchio, diretor da Ciclocidade (Associação dos ciclistas urbanos de São Paulo): “A bicicleta ajuda individualmente as pessoas a terem mais economia, mobilidade e saúde. Coletivamente, ajuda a cidade se locomover melhor diminuindo o número de carros, desafogando o transporte público e promovendo a interação das pessoas com o ambiente urbano”. Para Thiago, a maior parte das cidades está muito atrasada com relação a aproveitar o potencial das bicicletas e demoram muito para realizar obras de infraestrutura.
Nesse sentido, Santos está muito bem estruturada e vem demonstrando certa preocupação em melhorar as condições para quem usa a bicicleta como meio de locomoção. Temos ciclovias nas principais avenidas, principalmente na orla, o que torna a nossa praia ainda mais bonita e convidativa a um passeio. Ao mesmo tempo, as pessoas poderiam dar mais atenção às “bikes” e deixar os carros na garagem, incentivando familiares e amigos a seguirem este exemplo.
Por outro lado, caso estes prédios continuem sendo erguidos, fatalmente levará a uma situação de caos e a um colapso de todos os serviços básicos: água, luz, esgoto e transporte.
Portanto, a população deveria se mobilizar a fim de exigir que a prefeitura investisse mais neste tipo de política de conscientização ambiental, proibindo a construção destes arranha-céus, bem como outros empreendimentos que estão destruindo toda a estrutura, o trânsito e o visual de nossa cidade, transformando Santos em uma megalópole.
Se não, de que adiantará incentivar o uso de bicicletas como meio de transporte? Eis aí um perigoso paradoxo!

OBS: entrevista com o Diretor da Ciclocidade, Thiago Benicchio, extraída do diário esportivo LANCE!, do dia 8/5/13, página 15, em matéria sobre o jogo Santos FC x Joinville (SC), considerada esta a cidade das bicicletas, sendo que lá existem mais de 70Km de ciclovias construídas e 80% da população utiliza este tipo de transporte no dia a dia.


( Rafael Oliveira de Abreu, ADM, noturno )