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sexta-feira, 16 de maio de 2014

ImpunIdade

Neste post, um tema bastante atual e polêmico é abordado pela Juliane, aluna da turma matutina de ADM! Qual sua opinião sobre a relação entre maioridade penal e criminalidade?
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Diminuir ou não a maioridade penal é uma discussão frequente, em que os argumentos contra e a favor da diminuição, respectivamente, são que não há dados de que essa ação reduziria a criminalidade juvenil e que, se um jovem a partir de 16 anos tem discernimento para votar, deve ter também idade suficiente para responder diante da Justiça por seus crimes.
No século passado, dizer que uma pessoa menor de 16 anos não sabia o que estava fazendo ainda era aceitável, mas hoje essa frase soa absurda para o ouvido da maioria da população.
Todos os que têm mais de 16 anos hoje sabem que, com essa idade, um ser humano já sabe o que faz. Falo sobre isso com propriedade, pois tenho 17 anos e não faz muito tempo que passei pelos 14, 15 e 16 anos. Se meu aniversário de 18 anos fosse amanhã e hoje eu resolvesse roubar, furtar, agredir e/ou matar, e a polícia me prendesse somente no dia do meu aniversário ou nos dias seguintes, seria julgada como uma menor. Minha ficha seria limpa, se me prendesse no mesmo dia que cometi tais atos, meu rosto não seria mostrado pela mídia como uma criminosa.
Atualmente a mídia é um meio de informação disponível a todos e nos traz conhecimentos e informações que, em séculos passados, levavam mais tempo para serem adquiridos. Se ela mostra tantas coisas, deveria mostrar também, a serviço da população, o rosto do menor infrator, pois quando um adolescente comete um delito, tem sua imagem preservada. Um exemplo é a cena exibida no Jornal Nacional, da Rede Globo de televisão, no dia 9 de abril de 2014, em que um adolescente tenta roubar o colar de uma mulher que estava sendo entrevistada e seu rosto não é mostrado.
Sendo assim, é importante perceber que não é a idade que comete um crime, quem comete tal ato é um ser humano e consciente de suas atitudes. É importante saber que uma pessoa não cria consciência de uma hora para outra ou de um dia para o outro como se fosse um passe de mágica. Ela – a consciência – pode depender do tempo para ser adquirida, mas não como mostra a lei. Enfim, os crimes deveriam ser julgados de acordo com a gravidade e não com a idade, porque, enquanto isso acontecer, a sensação que teremos é que vivemos em um país de impunidade causada pela idade.
                                                    (Juliane de S. Lucas, ADM, manhã)