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quinta-feira, 21 de maio de 2015

Os Bilis da vida

Neste pequeno conto da aluna Giovanna Batistela, quantas grandes reflexões... Você é apenas mais um deles?
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Não é novidade para ninguém que o mundo está repleto de gente sem noção. Existem aqueles que são tomados pela ignorância e, por isso, nem sabem diferenciar suas atitudes. E existem aqueles, para mim, o pior tipo, que são sem noção e sem escrúpulos. Este é coprotagonista da estória de Bili, designado a ser o “guerreiro da sustentabilidade”.
Bili, todos os dias, seguia o mesmo trajeto para ir de casa até o trabalho. Em um dia como outro qualquer, mas com um pouco de chuva a mais, ele observou, ao mesmo tempo que segurava seu guarda-chuva contra o vento, que na esquina da praça em que passava todos os dias haviam deixado partes de um armário de cozinha, velho e colocado ali apenas para ser descartado. Bili seguiu seu caminho, acompanhado de sua “cara de bolinha”, pensando em quem poderia ter feito aquilo.
No dia seguinte, como todo brasileiro assalariado, nosso guerreiro saiu novamente de casa para ir trabalhar. Passou por árvores, casas, carros estacionados e, ao passar pela praça, vejam só, viu que o armário escangalhado acabara de ganhar a companhia de sacos de entulho... Reforma boa essa. Foi aí que, então, Bili decidiu descobrir quem estava fazendo tal coisa.
Todos os dias, saía de casa mais cedo para tentar flagrar o novo rei do lixão que estava crescendo na pracinha. Até que, um belo dia, ele avistou de longe o Sr. Catamontes, seu vizinho, deixando estacas de madeira ali, em meio a todo o resto que já depositara. Bili esperou para seguir seu caminho e planejou consigo mesmo que voltaria ali no dia seguinte.
Naquela noite, Bili já havia arquitetado seu plano e o colocaria em prática logo cedo. E foi o que fez. Levantou bem cedo, antes que os galos cantassem, pegou suas coisas e seguiu até a praça. Chegando lá, Bili, descaradamente, largou um saco de coisas velhas (que poderiam ser recicladas, mas, agora, seriam levadas pela chuva e entupiriam bueiros) e seguiu seu caminho como se nada tivesse acontecido.
Creio eu, mera narradora, que você está tão decepcionado como eu, que também pensei que Bili seria nosso grande herói e daria uma lição no Sr. Catamontes. Mas tanto quanto o seu vizinho, Bili não se importava nem um pouco com lixo mal descartado e para onde esse ia. Bili era vilão da própria estória, e guerreiro da sustentabilidade, uma ova! Ele era só mais um que se preocupava com o seu umbigo e nada mais, e o pior, ele era o sem noção tipo dois: sem noção e sem escrúpulos. Pobre confiança depositada em vão.
Quantos Bilis você conhece? Você não é um deles, é? Não decepcione a si mesmo, procure sempre a melhor maneira de descartar o que não lhe é mais útil e lembre-se: os Bilis de hoje conhecerão os carmas de amanhã.

(Giovanna Batistela, ADM, diurno)

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