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sexta-feira, 29 de maio de 2015

Um esporte que pode ajudar a mudar o mundo

Vale tudo pela paixão nacional?... Leia o post do aluno Lucas e reflita junto com ele.
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     Uma das maiores paixões do ser humano, o futebol mexe constantemente com a emoção das pessoas, tanto de maneira positiva, como negativa. Infelizmente, algumas pessoas abusam de ser torcedor e acabam cometendo violência contra torcidas de times rivais e, na maioria dos casos, acabam estragando um dos maiores espetáculos do mundo que é o futebol. Leis e normas são feitas e executadas, mas nem com essas leis os membros de torcidas respeitam, pelo contrário! Infelizmente, mortes e casos de vandalismo ainda tomam conta do futebol, fazendo até com que deixemos de frequentar estádios por causa dessas e outras situações que se enfrentam.
     Já pelo lado positivo, podemos falar da paixão e da alegria que contagiam a maior parte das pessoas que vão aos estádios e se divertem, vendo seu time do coração jogar. Outro ponto importante, além disso, é que, devido a essa paixão enorme pelo esporte, muitos projetos sociais em periferias ou áreas mais humildes são feitos com o intuito de tirar crianças das ruas, fazendo com que a prática de esportes seja um motivo para que essas crianças não partam para o mundo do crime e da violência. 
      Assim conseguimos ver e acreditar que o futebol, além de ser uma paixão mundial, pode e deve servir de exemplo para que o número de crianças que hoje estão na rua, sem ter um auxílio nenhum, possam praticar o esporte.     Vale lembrar que torcer não é brigar. Torcer é amar seu time, torcer é gritar, cantar, incentivar, mas é ser cidadão acima de qualquer coisa. Não confundir paixão com violência é um ponto muito importante para que esse esporte tão amado seja cada vez mais bem quisto por todos.
                                                         (Lucas Petty, ADM, diurno)

quarta-feira, 27 de maio de 2015

A valorização das “verdadeiras” profissões

Tão relevantes as reflexões que o aluno Ari propõe neste post... O que você quer ser quando crescer?
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         Quando ainda somos crianças, geralmente pensamos na profissão que queremos seguir ao crescer, muitas dessas pela influência dos pais, que escolhem profissões que trazem fama e dinheiro, como jogador de futebol, ator, atriz, entre outras... Hoje em dia, é difícil ver crianças que escolhem profissões de risco, como policial ou bombeiro, por conta também do fato de que seus pais não os incentivam, dizendo: “vai querer salvar vidas de outras pessoas e arriscar a sua?”.
          As crianças que decidem seguir essas profissões que envolvem certo risco podem ser chamadas de verdadeiros heróis, pois sabem que podem perder sua vida em apenas alguns instantes, tentando salvar uma pessoa durante um incêndio ou em uma operação policial.
         Tudo isso também é culpa da mídia que não valoriza essas profissões. Isso passará a acontecer quando um bombeiro conseguir receber 20% do salário de um jogador de futebol... isso mesmo, 20%, parece absurdo, né, mas é real. Um bombeiro, como pudemos ver no incêndio que ocorreu em Santos, passou 7 dias para conseguir combater o fogo que não parava de aumentar dia após dia, para receber em torno de 3 salários mínimos. Um jogador de futebol, por sua vez, passa noventa minutos chutando uma bola em apenas uma ou duas vezes por semana e recebe cerca de 1 milhão por mês, claro que depende de qual jogador estamos falando, mas continua sendo absurdo e difícil de se acreditar.
          Mas a desigualdade não ocorre só nessas profissões não; temos, como exemplo, os professores, que nem precisa dizer quanto são importantes para ensinar as crianças; os lixeiros, que passam recolhendo os lixos de nossas casas; os garis, que limpam nossa cidade para nosso bem, dentre outras que merecem uma real valorização.
          Para combater essa desigualdade, depende muito de nós. Porém, uma boa ideia é começar a dar valor para esses verdadeiros "guerreiros" que nascem querendo ajudar o próximo. Devemos passar também a refletir sobre a situação do país e saber que ainda tem muita coisa para se fazer, em busca de um país sem desigualdade, não apenas de profissões, e sim econômica e social.


(Ari Marcelino, ADM, diurno)

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Lemas da sociedade: o que, realmente, vale a pena?!

Vale a pena refletir sobre estes questionamentos que a aluna Livia aborda... Estamos vivendo segundo nossa consciência? Estamos fazendo nossas escolhas?
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         "Penso, logo existo"; este era o lema dos tempos antigos. E, hoje, qual seria o lema? Pessoas mesquinhas, egoístas, sem cultura, sem personalidade e conteúdo. Esse é o perfil da maioria da sociedade. E quando nos deparamos com pessoas assim, não sabemos como reagir diante de tanta podridão. É possível os conceitos e valores terem mudado tanto?! Quais são os valores de hoje?
          Diante de tantos questionamentos, somos forçados a refletir: será que vale mesmo a pena mudar nossos valores, atitudes, pensamentos e até modo de viver e vestir para nos adequar a essa nova sociedade? Deveríamos ser quem não somos, criar máscaras para nos moldarmos e nos incluirmos socialmente? São perguntas retóricas que devemos fazer todos os dias, porque máscaras caem e, no fim, o que resta é a sua essência. Essa pode ser má ou boa, depende da índole de cada um.
          Ah, o lema? "Vivo equivocadamente, logo existo", do qual podemos tirar muitos outros lemas. Vendo tantas pessoas banais, se "contaminando", deve-se pensar: vale a pena mesmo?! É isso que queremos ser? É assim que queremos viver?
          Não, obrigada. Escolho ser eu mesma!
          Hoje, dinheiro, beleza e status valem mais que atitudes, caráter e inteligência. As amizades não são mais sinceras, porque o que move o mundo é a ganância, o interesse. Mas e aí, dinheiro compra tudo mesmo? Venderia sua alma, seu caráter por status?
          Não, obrigada. Não estou à venda!
          Os conceitos e valores podem ter mudado muito com o tempo, mas eu sobrevivi! Apesar dos pesares, da depravação, acredito que ainda possam existir pessoas com quem valha a pena ter uma amizade sincera, um "papo cabeça", sem interesses, sem egoísmo, sem mesquinharia. "Penso, logo existo", "Questiono, logo existo", "Vivo intensamente meu eu, logo existo". Sim, esses são meus lemas. Qual o seu?

                            ( Livia Aika Shirota, ADM, diurno )

Uma charge sustentável...

Este post está excepcional e muito criativo! Parabéns, Clair, por ter ousado com a criação de uma charge alusiva à sustentabilidade.  


                                            ( Clair Oahu, ADM, noturno )

Ser $ustentável ou não ?

Eis um texto bem reflexivo sobre a temática da sustentabilidade e sua relação com o mercado.
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Homo sapiens... Para a natureza, no começo, éramos isso, apenas mais uma espécie no planeta água (a qual está sendo mais desperdiçada a cada dia)... Uma espécie que poderia viver em harmonia com toda a fauna e flora. No entanto, o ser humano acabou virando um explorador que, com o passar do tempo, foi se tornando destruidor, cada vez mais querendo avançar e descobrir, mas, como consequência, acabou destruindo.
Depois de anos fazendo mal ao planeta e a outras espécies, o ser humano criou um termo ao qual chamou de “sustentabilidade’’. Esse termo a que me refiro pode ser visto como alternativa para amenizar a situação do planeta ou, então, apenas mais um jeito de explorar e ganhar o tão cobiçado dinheiro, porém, dessa vez com um discurso diferente.
Sempre vemos campanhas publicitárias enormes dizendo que precisamos nos conscientizar mais, que precisamos ser mais sustentáveis... É aí que entram as duas faces do jogo: tudo que é dito como “sustentável” sempre é mais caro ou mais difícil de se obter, e, com a lógica de que todos precisamos nos conscientizar, por que então não dar à população o acesso a esses itens que ajudam o planeta?
A resposta é simples: por causa do ‘”dinheiro’’. Não teria sentido algum para as empresas que utilizam a sustentabilidade como forma de publicidade, dar à população acesso a esses itens, pois é daí que vem o lucro das mesmas, ou seja, por que ofereceriam, de graça, um produto que lhes dá lucro? Não faz sentido, mas infelizmente é o que ocorre e, como fez com a natureza, o ser humano aproveita ao máximo o que é oferecido, e, mesmo depois que tudo está no fim, arruma um jeito de converter a situação para o seu próprio benefício.
Afinal, será que aqueles que mais falam de sustentabilidade realmente fizeram uma conversão para um modo de vida sustentável?

                                  ( Gustavo Carvalho, ADM, diurno )

domingo, 24 de maio de 2015

013 !

Este post é um convite para ligar o som e cantar e dançar... :)  
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Como a maioria dos apreciadores de sons e ritmos, eu, quando precisava de um mínimo de compreensão, acabava encontrando-a na música. É incrível como ela tem essa capacidade de ter sempre um verso que traduz um turbilhão de sentimentos que está em nosso interior. E mais ainda, traduz os pensamentos que parecem partículas inquietas implorando para atravessar o núcleo.
Meu contato com a música começou cedo. Minha família é uma verdadeira mistura de gostos musicais, um rock aqui, um rap ali, um sertanejo acolá... e assim vai. Tanto que quando me perguntam: “Qual seu tipo de música favorita?”, automaticamente meu cérebro faz uma seleção de todas as músicas de que gosto, acaba se deparando com uma sopa de gêneros e, por fim, dá um pequeno nó em meus neurônios. Mas, para apaziguar a situação, acabo citando uns dois ou três ritmos dos quais mais gosto, e acabo finalizando com “Eu sou bem eclética com música” (Ufa! Bem mais simples).
Quando estava com mais ou menos uns 10 anos, entrei no curso de violão junto com meu irmão mais velho e, depois disso, minha mãe teve que aumentar a cota de paciência, porque queríamos tocar a todo momento, em toda ocasião. Mas ainda bem que, depois de um tempo, a poeira baixou e passamos a tocar eventualmente, senão, coitados dos meus pais que não conseguiam assistir aos jornais, né? rs
As músicas que sempre preferi tocar pertencem à banda Charlie Brown Jr., uma banda local, que, mesmo após seu drástico término, ainda é minha banda favorita. Não me recordo ao certo quando foi meu primeiro contato com uma música deles, mas lembro que foi praticamente “amor ao primeiro som”. Logo juntei a habilidade de tocar com o gosto por essa banda e, depois disso, todos os calos na ponta dos dedos mal eram motivo de incômodo.
Quando me perguntam por que essa é minha banda favorita ou qual minha música preferida, lá vão meus neurônios se entrelaçar novamente. Porém, dessa vez, eu nunca encontro uma resposta concreta e acabo optando por uma das boas razões ou uma das boas músicas que me fizeram curtir a banda. Provavelmente, a maioria dos 013s (como são chamados os fãs da banda) não encontram respostas para essas perguntas assim, “de primeira”. A meu ver, as letras dessa banda sempre têm uma palavra de consolo ou incentivo, sempre há um verso que se encaixa com alguma situação, seja ela de tristeza, felicidade, paz, amor ou, até mesmo, protesto.
A música é, sem dúvida, uma arte incrível e, por ter essa capacidade de ser uma forma de expressão, por mexer com o intelectual e com o emocional, é que faz com que ela se torne muito admirada. O título de “primeira arte” é, indubitavelmente, merecido!
                                  (Giovanna Elisa, ADM, diurno)

sexta-feira, 22 de maio de 2015

A velhice nos tempos modernos

Um post - escrito por uma jovem - o qual discute a velhice na contemporaneidade ... Ufa! Há solução para este mundo! ;)
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A velhice tornou-se um assunto bastante polêmico na nossa atualidade, pois muitas pessoas enxergam essa fase da vida como uma fase maravilhosa, e outras como uma fase terrível, o que gera indagações sobre por que existe essa divergência de opiniões sobre o mesmo tema.
Portanto, o que faz a diferença entre a velhice ser uma fase boa ou ruim é, primeiramente, a aceitação de que inevitavelmente um dia ficaremos velhos e isso não é e nem deveria ser visto como um problema. Infelizmente, para a maioria da população, essa fase é vista com desprezo, e é justamente por isso que, neste século, a velhice se tornou uma fase terrível.
Quando não aceitamos que, um dia, ficaremos velhos, acabamos prejudicando nosso próprio bem-estar, pois iniciamos uma busca desenfreada e despropositada, simplesmente para tentar evitar o inevitável. Porém, se aceitarmos essa fase como uma dádiva, teremos uma velhice feliz, já que o envelhecimento não precisa ser visto como um problema, visto que, junto dele, vêm benefícios como a sabedoria, a maturidade e a estabilidade financeira. É o período em que podemos aproveitar tudo que construímos ao longo da vida, isto é, se, ao longo da juventude, soubermos construir profissionalmente uma carreira, para que, no futuro, tenhamos melhores condições de vida. Além disso, não temos mais as inquietações e ansiedades que tínhamos na juventude, podendo assim ajudar as pessoas com as experiências que adquirimos ao longo da vida.
Infelizmente, a grande maioria da população encara a velhice com total desprezo, os idosos são tratados como ultrapassados e são praticamente excluídos da vida em sociedade. Isso ocorre porque somos influenciados constantemente pela ideia de que o envelhecimento é sinônimo de incapacidade, que os mais velhos não contribuem em nada e são, unicamente, os jovens que movimentam o país. Assim, tem-se a ideia de que, por isso, os idosos devem ser deixados de lado, quietos em um canto. A nossa sociedade não aceita a velhice e não nos permite enxergar a beleza que existe nela.
É necessária uma mudança de concepção nas pessoas, pois precisamos enxergar que a velhice não é um problema, é uma fase tão nobre como qualquer outra. É necessária a conscientização de que ser velho não nos torna incapacitados e, principalmente, devemos parar de ver a velhice como uma doença, ela é apenas mais uma fase de nossas vidas e, por sinal, uma fase muito bela que merece o respeito de todos.

                                    ( Amanda Mirela Coutinho da Silva, ADM, diurno )


quinta-feira, 21 de maio de 2015

Os Bilis da vida

Neste pequeno conto da aluna Giovanna Batistela, quantas grandes reflexões... Você é apenas mais um deles?
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Não é novidade para ninguém que o mundo está repleto de gente sem noção. Existem aqueles que são tomados pela ignorância e, por isso, nem sabem diferenciar suas atitudes. E existem aqueles, para mim, o pior tipo, que são sem noção e sem escrúpulos. Este é coprotagonista da estória de Bili, designado a ser o “guerreiro da sustentabilidade”.
Bili, todos os dias, seguia o mesmo trajeto para ir de casa até o trabalho. Em um dia como outro qualquer, mas com um pouco de chuva a mais, ele observou, ao mesmo tempo que segurava seu guarda-chuva contra o vento, que na esquina da praça em que passava todos os dias haviam deixado partes de um armário de cozinha, velho e colocado ali apenas para ser descartado. Bili seguiu seu caminho, acompanhado de sua “cara de bolinha”, pensando em quem poderia ter feito aquilo.
No dia seguinte, como todo brasileiro assalariado, nosso guerreiro saiu novamente de casa para ir trabalhar. Passou por árvores, casas, carros estacionados e, ao passar pela praça, vejam só, viu que o armário escangalhado acabara de ganhar a companhia de sacos de entulho... Reforma boa essa. Foi aí que, então, Bili decidiu descobrir quem estava fazendo tal coisa.
Todos os dias, saía de casa mais cedo para tentar flagrar o novo rei do lixão que estava crescendo na pracinha. Até que, um belo dia, ele avistou de longe o Sr. Catamontes, seu vizinho, deixando estacas de madeira ali, em meio a todo o resto que já depositara. Bili esperou para seguir seu caminho e planejou consigo mesmo que voltaria ali no dia seguinte.
Naquela noite, Bili já havia arquitetado seu plano e o colocaria em prática logo cedo. E foi o que fez. Levantou bem cedo, antes que os galos cantassem, pegou suas coisas e seguiu até a praça. Chegando lá, Bili, descaradamente, largou um saco de coisas velhas (que poderiam ser recicladas, mas, agora, seriam levadas pela chuva e entupiriam bueiros) e seguiu seu caminho como se nada tivesse acontecido.
Creio eu, mera narradora, que você está tão decepcionado como eu, que também pensei que Bili seria nosso grande herói e daria uma lição no Sr. Catamontes. Mas tanto quanto o seu vizinho, Bili não se importava nem um pouco com lixo mal descartado e para onde esse ia. Bili era vilão da própria estória, e guerreiro da sustentabilidade, uma ova! Ele era só mais um que se preocupava com o seu umbigo e nada mais, e o pior, ele era o sem noção tipo dois: sem noção e sem escrúpulos. Pobre confiança depositada em vão.
Quantos Bilis você conhece? Você não é um deles, é? Não decepcione a si mesmo, procure sempre a melhor maneira de descartar o que não lhe é mais útil e lembre-se: os Bilis de hoje conhecerão os carmas de amanhã.

(Giovanna Batistela, ADM, diurno)

segunda-feira, 18 de maio de 2015

5, 6, 7, 8...

Neste post, a aluna Maria Augusta, de forma bem-humorada, relata os "passos e descompassos" da dança e nos convida a refletir sobre essa forma de arte... Preparados para bailarem nessa leitura?
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Entre pisadas e risadas em um fim de tarde no centro da cidade, avistei algo que me trouxe até aqui. Tentei não olhar, mas as vozes e barulhos foram sumindo, só conseguia ver aquele rosa, mas era AQUELE cor-de-rosa, do tipo que dói no fundo dos seus globos oculares. Aquela camiseta vinha caminhando lentamente na minha direção, com a imagem de um aparelho de academia e a seguinte frase: “ Tá’ difícil? Faz ballet”.
Segurei a desconhecida pelos ombros com toda força que pude exercer naquele momento e, aos gritos, perguntei: “VOCÊ SABE O QUÃO DIFÍCIL É A DANÇA E AINDA ALCANÇAR SEUS OBJETIVOS NELA?”. Ela, acuada, soltou-se e correu.
Ok, você me pegou, não foi bem isso que aconteceu e, mesmo com todo meu cenário imaginário, a moça seguiu seu trajeto, carregando suas sacolas e conversando com sua amiga, sem que eu, ao menos, tivesse me dirigido a ela. Por esse quase acontecido, decidi escrever, um pouco, sobre o universo que é a dança.
Não tenho a intenção de desmerecer nenhum tipo de arte ou representação, mas, cá entre nós, a dança tem poder sobre os que estão dentro e os que estão fora desse mágico universo. De certa forma, compreendo aqueles que concordam com a frase estampada na camiseta, pois essa é a missão de um bailarino, fazer com que pareça fácil. Ainda que seu corpo doa, que seus pés sangrem e que sua mente esteja lhe pregando peças, ele nada deixa transparecer.
São taxados de loucos, e são loucos mesmo. Loucos e apaixonados pelo que fazem, pelo passo ou pela sequência acertada, por toda superação, o frio na barriga, os aplausos, as cobranças, o barulho consequente do impacto de cada salto na madeira do palco, o cheiro de spray para cabelo, o cheiro de talco, o cheiro de vida. Uma vida que é representada por altos e baixos, lágrimas e sorrisos, elogios e críticas e todos os outros prós e contras... Porém, pergunte a um bailarino se ele é feliz, e, quase que sem pestanejar, sua resposta será SIM!!!
Óbvio que nem tudo “são apenas flores”... Mas podemos, ludicamente, ignorar os espinhos e, se tem uma coisa que aprendi na dança, é que desistir nunca é uma opção. Mas é a partir daí que saliento a dificuldade inicialmente mencionada.
Citar os benefícios da dança (seja ela qual for) seria apenas “vender o peixe” e essa não é minha intenção. Então, vou resumir uma bailarina com duas frases: “ DIVA nos palcos, SÓ ‘O PÓ’ durante os ensaios”.  Talvez não faça muito sentido para os que estão lendo, mas assim que vocês tivessem sua primeira unha encravada, acompanhada de lindas bolhas (que costumam ser até apelidadas) e após sustentarem seu corpo por horas a fio apenas nos dedos dos pés, cruelmente apertados dentro de um bloco de gesso que é cinicamente disfarçado por um lindo cetim cor-de-rosa (olha ele de novo), entenderiam e muito bem...
Brincadeiras à parte, tenho a obrigação de relacionar a dança à arte e à cultura, afinal, a dança é a arte em que o artista se torna a própria obra, pois se usa o corpo para representar tudo e qualquer coisa, causando sorrisos e incontroláveis lágrimas, trazendo consigo toda uma vasta cultura desde os primórdios até a atualidade, sendo quase impossível separar uma da outra.
As cortinas deste palco estão oficialmente fechadas e protegidas de todo o meu blá-blá-blá. Mas não se anime tanto assim, porque eu volto, e em breve. Agradeço pela sua presença e espero que tenha valido a pena.
                                       (Maria Augusta Moreno, ADM, matutino)

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Ensinar para aprender

Neste post, a aluna Iara Milito tece considerações bem interessantes a respeito do ofício de professor e do ato de ensinar, articulando-os ao aprender. Recomendo muito a leitura!
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Costumo dizer às pessoas que nasci professora.
Com o tempo, a experiência e os estudos, só me aperfeiçoei, mas sei que nasci professora. Amo ensinar e acredito, de verdade, que a melhor maneira de aprender é ensinando.
A minha primeira experiência como professora foi antes mesmo dos 10 anos de idade. Descobri que a faxineira que trabalhava na minha casa, Maria, não sabia ler. Todos os dias, quando ela ia embora, alguém tinha que a acompanhar até o ponto para que ela não pegasse o ônibus errado. Curiosa, como sempre, perguntei por quê, e me explicaram o motivo.
Não tive dúvidas. Na mesma hora, peguei um caderno, uma caneta e perguntei qual era o nome do ônibus que ela deveria pegar. Jardim Peri-Peri. Nunca mais esqueci.
Escrevi “Jd. Peri-Peri” em um papel, em letras de forma, e dei o papel para que ela levasse ao ponto para comparar com o que vinha escrito nos ônibus que se aproximassem. Antes dela ir, dei algumas dicas: “Como você não vai ter muito tempo, perceba que essas duas últimas palavras aqui são iguais, então só preste atenção nessa curtinha (Jd.) e na do meio (Peri)...”. E continuei com minhas dicas: “Está vendo essa primeira letra? É o jota. Ele se parece com um anzol, não parece? Então, se o ônibus que estiver vindo não tiver uma palavra que começa com um anzol, não é ele. Se tiver, daí você olha o resto. ” E assim comecei a ensinar a minha primeira aluna.
Como eu sabia que isso não era suficiente (nada como a experiência!), quando ela foi embora, acompanhei-a até o ponto para ver se ela iria conseguir fazer o que eu havia ensinado, e ali apliquei minha primeira prova! E minha aluna passou com louvor!
Mas sempre fui uma professora desconfiada, daquelas que gosta de testar de verdade, então a acompanhei por uma semana, até que nós duas nos convencêssemos de que ela não precisava mais disso.
Lembro que ela já trabalhava em casa fazia uns 3 anos e trabalhou por mais uns outros 3, e quando se tem 10 anos, 6 anos é quase uma vida inteira.
Neste tempo, não me bastei a ensiná-la a pegar o ônibus certo para ir para casa. Fiz a mesma coisa com o ônibus da vinda, ensinei Maria Aparecida de Souza a assinar seu próprio nome, as letras do alfabeto e a ler. Quando ela saiu de nossa casa, Maria lia livros. Estava alfabetizada.
Hoje sou professora de inglês há 16 anos, e agora estou cursando administração. Com tantas matérias novas que não domino, estudo muito. Leio, releio, faço resumos, esquemas e, quando já entendi, a fim de fixar o conteúdo, procuro alguém para quem explicar. Alguém que tenha dúvidas, que me faça perguntas e me force a compreender melhor o que estou estudando.
Não adianta tentar fugir de quem sou. Entender o conteúdo, eu entendo sozinha, mas, para aprender, no sentido mais profundo da palavra, eu ensino!


                                                               (Iara Milito, ADM, noturno)