IMPORTANTE

Não serão publicados posts e/ou comentários que incitem formas de discriminação ou de violência. Além disso, os textos assinados são de exclusiva responsabilidade do seu autor, não refletindo, necessariamente, a opinião dos demais alunos e da professora. Por essa razão, nenhum texto poderá ser assinado por meio de pseudônimo.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Eu e a crise hídrica

Vale muito a pena ler (e refletir) sobre esta crônica do Alex - aluno de Contábeis - a respeito da conscientização do uso racional da água.
----------------------------------------------------------------------------- 
Sou uma pessoa meio neurótica, que isso seja de conhecimento geral, e saibam que fico especialmente mais neurótico com catástrofes naturais - tsunami, terremoto, vulcões em erupção e afins -, morro de medo só de pensar nessas coisas.
Depois de mais de um ano vendo, nos noticiários, matérias sobre a escassez de água em nosso planeta, e principalmente na Grande São Paulo, finalmente a “Crise Hídrica em São Paulo é reconhecida pelo Governo”, aterrorizante, não? Temos ouvidos essas notícias praticamente todo dia e as pessoas parecem não dar conta da gravidade das coisas. Sinto-me afligido por isso de tal maneira que comecei a ficar meio neurótico com o assunto, afinal, a falta de chuva também é uma catástrofe natural, certo?
Dentro de minha preocupação, talvez nem tanto neurótica se avaliarmos a gravidade da situação, tenho feito algumas pesquisas na internet e descobri coisas alarmantes. Pensemos no seguinte: imagine que toda a água do mundo coubesse dentro de uma garrafa de 2 litros; imaginou? Agora, sabe quanto disso seria água doce e potável? Apenas uma gotinha... Isso mesmo, uma mísera gotinha. Agora, com isso na cabeça e levando em consideração a situação hídrica em que vivemos, digam que eu não estou com a razão com relação ao que me aconteceu recentemente.
Eu faço sempre o mesmo caminho para ir trabalhar e, todo dia, vejo uma senhora lavando a calçada, não bem lavando, e sim varrendo a calçada com a água da mangueira. Ela faz isso todo santo dia, e cada dia que eu passava por lá, aquilo ia me dando uma raiva até que um dia não consegui me controlar, olhei para ela e disse o seguinte:
"Calçada não sente sede não, minha senhora, então, se limpa com balde e vassoura, não com a mangueira!" Me senti o máximo!
A mulher ficou muito doida, e se encheu de razão para me mandar para aquele lugar. Eu fiquei consternado com tal resposta, parei, olhei para cara dela e disse "Nossa, além de tudo é malcriada. Aproveita e lava a boca também!", virei e continuei o meu caminho, ela resmungou algo, provavelmente me xingou, mas não consegui entender o que ela disse.
Agora, toda vez que vou trabalhar, ela fica esperando me ver para ligar a mangueira e começar a lavar a calçada, faz cara de deboche e fica me encarando. Dia desses, para me irritar, ela pegou a mangueira e começou a fazer chuvinha com água no meio da rua. Eu fiquei com uma raiva tão grande, mas só olhei para ela e balancei a cabeça como forma de reprovação, joguei um olhar diminutivo para ela e segui em frente.
Na semana retrasada, quando passei, ficamos nos encarando enquanto ela jorrava toda a água de sua mangueira na calçada, foi quando ela, num ato completamente infantil, fez uma careta e me mostrou a língua. Achei aquilo um absurdo e, num reflexo instantâneo, e patético devo admitir, devolvi a língua pra fora e continuei meu caminho. Logo depois que fiz isso, senti um pouco de vergonha de mim mesmo, mas logo esse sentimento virou raiva. Percebi que aquilo havia deixado de ser apenas uma discordância do uso correto dos recursos naturais do planeta e tinha virado guerra!             
         Não consegui parar de pensar nessa pessoa o dia inteiro, eu tinha que arranjar uma maneira de me fazer ouvir, foi quando tive uma ideia maravilhosa, escrever uma carta para a patroa dela, sei que ela trabalha lá, pois, uma vez quando ia para casa no meu horário de almoço, a vi conversando com a tal patroa no portão da residência, que pedia para esbanjadora ir mais cedo trabalhar no dia seguinte. Escrevi a tal carta como se fosse uma mulher, na tentativa de criar uma empatia com a dona da casa, e coloquei na caixa de correio da casa. Eis uma cópia da carta:


Coloquei essa carta na caixa de correio da tal casa numa sexta-feira e, durante o final de semana, esqueci esse episódio. Quando, na segunda-feira, fui trabalhar pelo mesmo caminho de todo santo dia, e me deparei com a minha arqui-inimiga, com os seus dois novos amigos de trabalho, a vassoura e o balde, não acreditei e pensei "eu ganhei?"
Passei por ela com ar de vencedor e eu não podia deixar aquilo passar batido e, do outro lado da rua, acenei para ela com o mesmo ar debochado dela e, em alto e bom som, disse "Bom dia, colega, cadê a sua amiga, a mangueira?"
Ela rapidamente olhou para mim e disse que estava em um certo orifício que se localiza no corpo da minha mãe, enquanto enfiava a vassoura dentro do balde e esfregava a calçada.
"Antes lá, do que na sua mão, né? Bom dia pra você e fala para a dona da casa que eu senti firmeza nela, tá? Não achei que a carta fosse funcionar, ainda mais tão rápido!"
            "Então foi você, né?!
"Não fica brava, não é nada pessoal, é só uma questão de princípios. E uma dica, na sua casa, vê se usa o balde também, tá? Tchau!". Ela continuou lavando a calçada enquanto falava algo que eu não entendi porque já estava meio distante.
Fiquei muito orgulhoso por conseguir fazer duas coisas importantes, a primeira foi informar duas pessoas sobre o consumo consciente de água e a outra foi ganhar uma “queda de braço”. O que mais eu posso pedir?
Agora, não esperem que eu mande uma carta para obrigar alguém a ser responsável com nossos recursos. Ao invés disso, visitem o site do Instituto Akatu e se informem sobre o que vocês podem mudar no seu dia a dia para ajudar o nosso planeta.

(Alex Félix, Ciências Contábeis )


terça-feira, 18 de agosto de 2015

Recado da dúvida

Neste post de estreia do 2º semestre, temos um poema em forma de rondel e que nos leva a refletir sobre a comunicação... E este texto é de um aluno da turma de Contábeis... Pois é, quem disse que os números não podem ser amigos das letras? ;) Parabéns, Victor !
--------------------------------------------------------------------------- 
Favor anote o recado,
E passe adiante por mim.
Eu que entendi tudo errado?
Será que Deus quis assim?

Qual o tamanho do estrago
De ouvir “não”, se entender “sim”?
Favor anote o recado,
E passe adiante por mim.

Eu tenho me perguntado:
Quando a vida chega ao fim
Será que era tudo armado
E vou ouvir soar o plim-plim?
Favor anote o recado.
Traduzido de http://www.underwhelmedcomic.com/2009/06/22/todays-comic-message-in-a-bottle/

(Victor Pedroso de Macedo, Ciências Contábeis)